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Os Belard

Genealogia e história de uma família em Belard.pt

Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca

Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca

M. 1905 - 1978  (72 anos)

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Geração: 1

  1. 1.  Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da FonsecaDr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca nasceu em 24/12/1905 em Beja (São João Baptista); foi baptizado em 25/02/1906 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja (filho de Tenente Francisco de Assis Belard da Fonseca e D. Mariana Palmira da Costa Menezes); faleceu em 10/10/1978 em Cascais.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Habilitações Académicas: Licenciado em Ciências Económicas e Financeiras
    • Profissão: Economista, Funcionário Público. Foi Director da Alfândega do Funchal
    • Ex-Libris:

      Ex-libris (1) do Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca (1905-1978)
      Colecção Luís Belard da Fonseca
      Leitura heráldica: Escudo duplo - I, de Velarde (Espanha); II, as armas de mercê nova da viscondessa de Santa Margarida.
      O desenho heráldico deste brasão apresenta dois erros: as estrelas não têm cauda, e só tem um leão no segundo do talhado.


      Ex-libris (2) do Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca (1905-1978)
      Desenho de João Ricardo da Silva (1894-1964), um dos maiores desenhadores heráldicos portugueses
      Colecção Luís Belard da Fonseca
      Leitura heráldica: Armas de mercê nova da viscondessa de Santa Margarida.

    • Obras Publicadas: "Diccionário de Legislação Aduaneira; Arquivo Geral da Alfândega de Lisboa", Lisboa, 1950 "Alfândegas e Guarda Fiscal: Resenha Histórica", Lisboa, 1952 "A Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa", Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1955
    • Nota: Foi o grande arquivista dos papéis da família e organizador da sua genealogia. Foi ele o verdadeiro investigador e o primeiro que, ao longo de décadas, pacientemente, levou a cabo o trabalho genealógico onde ele é verdadeiramente frutuoso – nos arquivos, conservatórias, bibliotecas e colecções particulares. Infelizmente, não deu publicidade à Árvore de Costado que elaborou; o único exemplar manuscrito, juntamente com muitas fotografias inéditas dos membros mais antigos da família, está numa colecção particular. Estas páginas socorreram-se pontualmente de cópias que tenho de alguns dos seus apontamentos. Foi também um bibliófilo. A sua biblioteca continha uma grande quantidade de excelentes obras, algumas raras, quase sempre com belíssimas encadernações artísticas e assinaladas com um dos seus "Ex-Libris", que de tempos a tempos aparecem em leilões e alfarrabistas especializados.

      Alguns dos livros da biblioteca do Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca,
      que tenho encontrado e comprado em alfarrabistas e coleccionadores Tinha também uma interessantíssima colecção de caixinhas de rapé. Era uma pessoa extremamente culta, com um interesse especial por arte e antiguidades. Foi sócio correspondente do Instituto Português de Heráldica (eleito na sessão de 29/01/1972, por proposta do Sr. Luís de Bivar Guerra).

    Notas:

    Faleceu:
    A data do óbito é a averbada no Registo de Casamento

    Francisco casou com D. Maria Josefina Correia de Freitas Leite Monteiro em 01/11/1934 (Civil) em Conservatória do Registo Civil, Funchal. Maria (filha de Dr. Artur Leite Monteiro e D. Maria Amélia Correia Acciaiuoli de Freitas) nasceu em 29/01/1905 em Funchal; foi baptizada em 14/05/1906 em Igreja de Santa Maria Maior, Funchal; faleceu em 27/03/1993 em Cascais. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]

    Notas:

    Casamento:
    O casamento foi civil porque D. Maria Josefina era divorciada


Geração: 2

  1. 2.  Tenente Francisco de Assis Belard da FonsecaTenente Francisco de Assis Belard da Fonseca nasceu em 25/02/1879 em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Ilha do Príncipe; foi baptizado em 14/09/1879 em Igreja Matriz do Rosário, Santo António, Ilha do Príncipe (filho de General António Joaquim Gomes da Fonseca e D. Margarida de Assis de Freitas Belard); faleceu em 12/03/1916 em Rua Fernão Lopes, nº 8, 2º andar esquerdo, Lisboa (São Sebastião da Pedreira); foi sepultado em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Carreira Militar: 15/10/1898 - Assentou praça como voluntário no Regimento de Infantaria nº 17, 1º Batalhão, em Beja, com 19 anos de idade 25/10/1898 - Licença registada para estudos na Escola Politécnica de Lisboa (requisitos para entrar na Escola do Exército) 28/07/1899 - Pronto para o serviço no Regimento de Infantaria 17 02/10/1899 - Licença especial para estudos na Escola Politécnica de Lisboa 21/07/1900 - Pronto para o serviço no Regimento de Infantaria 17 01/10/1900 - Licença especial para estudos na Escola Politécnica de Lisboa 25/07/1901 - Pronto para o serviço no Regimento de Infantaria 17 13/10/1901 - Pronto da instrução de recruta 26/10/1901 - Passou à Companhia de Alunos da Escola do Exército. Declarado 1º Sargento graduado aluno 14/11/1901 - Graduado em 1º Sargento cadete (Diário do Governo nº 257, de 14/11/1901) 30/10/1903 - 1º Sargento cadete (Diário do Governo nº 244, de 30/10/1903), nº 207/661 da Companhia de Alunos da Escola do Exército 26/10/1904 - Concluiu o Curso de Infantaria da Escola do Exército 01/11/1904 - Aspirante a oficial. Passou ao Regimento de Infantaria 17 15/11/1905 - Alferes. Passou ao Regimento de Infantaria 13, Vila Real 02/12/1905 - Regressou ao Regimento de Infantaria 17, Beja Passou ao Regimento de Infantaria 21 27/07/1908 - Regressou novamente ao Regimento de Infantaria 17, Beja (Diário do Governo nº 171, de 03/08/1908) 01/12/1909 - Tenente (Diário do Governo nº 282, de 13/12/1909) 11/12/1909 - Passou ao Estado Maior de Infantaria e foi na mesma data nomeado ajudante-de-campo do comandante da 8ª Brigada de Infantaria (Diário do Governo nº 287, de 18/12/1909) 26/10/1910 - Pediu a exoneração de ajudante-de-campo na sequência da revolução republicana de 5 de Outubro, por ser monárquico, e na mesma data regressou a seu pedido ao Regimento de Infantaria 17, de Beja (Diário do Governo nº 27, de 05/11/1910) 28/12/1910 - Passou à situação de licença ilimitada pela mesma razão 20/05/1915 - Pediu a demissão de oficial do Exército
    • Informações Diversas: Coleccionador de Armas Antigas
      (Clique para ampliar) 12/07/1914 - Lista das armas antigas e gentílicas da colecção do Tenente Francisco de Assis Belard da Fonseca
      Ainda conheci e fotografei cerca de metade desta colecção, no escritório do meu avô Dr. António Joaquim de Menezes Belard da Fonseca, na sua casa da Rua do Touro, 17, em Beja. Embora a ampliação destes pormenores das fotografias não tenha nem boa definição nem qualidade, fica aqui o registo da colecção.





      A parte da colecção de armas antigas do Tenente Francisco de Assis Belard da Fonseca que ficou para o seu filho António,
      no escritório deste último, meu avô, em Dezembro de 1980
    • Condecorações: 10/03/1903; Medalha Militar de Comportamento Exemplar, grau cobre (correspondente a seis anos de serviço militar efectivo sem nunca ter sofrido qualquer punição criminal ou disciplinar) - Diário do Governo nº 54, de 10/03/1903
    • Profissão: 1909, Beja; É referido como Professor no "Lyceo" de Beja em 1909
    • Profissão: 1911, Monte do Charo, Beja; Agricultor

    Notas:

    Foi baptizado:
    Foi seu padrinho o seu primo D. Francisco de Assis Diego José Maria del Rosário Mantero y Velarde e madrinha a mulher do seu avô materno Francisco de Assis Belard, D. Amélia Muller Belard

    Nascimento:
    Nasceu às oito horas da manhã, segundo o Assento de Baptismo

    Profissão:
    Em 1911, na situação de licença ilimitada do Exército e quando já decidira abandonar a carreira militar por divergências políticas com o regime republicano, empreendeu dedicar-se à agricultura no "Monte do Charo", uma pequena propriedade próxima de Beja que tinha comprado a 21/05/1908. A sua morte cinco anos depois, quando contava apenas 37 anos de idade, não lhe permitiu resultados nesta área.


    Monte do Charo, Dezembro de 2005


    Faleceu:
    Segundo o Registo de Óbito morreu de "dilatação aguda do coração", certamente um enfarte. Faleceu às 17:00 h.

    Francisco casou com D. Mariana Palmira da Costa Menezes em 08/09/1904 (Católico) em Igreja de Santa Maria, Beja. Mariana (filha de Conselheiro Dr. Francisco Xavier de Menezes e D. Ana Isabel da Costa Franco) nasceu em 20/09/1880 em Beja; faleceu em 19/06/1955 em Beja; foi sepultada em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]


  2. 3.  D. Mariana Palmira da Costa MenezesD. Mariana Palmira da Costa Menezes nasceu em 20/09/1880 em Beja (filha de Conselheiro Dr. Francisco Xavier de Menezes e D. Ana Isabel da Costa Franco); faleceu em 19/06/1955 em Beja; foi sepultada em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Notas:

    Casamento:
    Padrinhos: Bernardo César de Menezes, tio materno da noiva, e o Engenheiro Militar António Belard da Fonseca, irmão do noivo, na altura "Deputado da Nação" e que veio a ser o 2º Visconde de Santa Margarida

    Filhos:
    1. 1. Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca nasceu em 24/12/1905 em Beja (São João Baptista); foi baptizado em 25/02/1906 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu em 10/10/1978 em Cascais.
    2. Dr. António Joaquim de Menezes Belard da Fonseca nasceu em 30/05/1907 em Rua do Cativo, 7, Beja; foi baptizado em 20/09/1907 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu em 02/03/1984 em Hospital José Joaquim Fernandes, Beja; foi sepultado em 03/03/1984 em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.
    3. Dr. Fernando Xavier de Menezes Belard da Fonseca nasceu em 06/08/1908 em Beja (São João Baptista); faleceu em 13/05/1979 em Lisboa.
    4. D. Maria Margarida Mariana de Menezes Belard da Fonseca nasceu em 25/09/1912 em Beja; faleceu em 20/07/1996 em Beja (Salvador).


Geração: 3

  1. 4.  General António Joaquim Gomes da FonsecaGeneral António Joaquim Gomes da Fonseca nasceu em 04/06/1833 em Cabezas Rubias, Huelva, Espanha; foi baptizado em 09/06/1833 em Igreja de Nuestra Señora de la Consolación, Cabezas Rubias, Huelva, Espanha (filho de João Silvestre da Fonseca e D. Juana Andalia Gomez Harriero); faleceu em 13/06/1904 em Casa da Torrinha, Rua Morais Sarmento, nº 9, Beja (Santa Maria); foi sepultado em 1904 em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Carreira Militar: 01/04/1847 - Assentou praça como voluntário no Regimento de Infantaria nº 11, em Beja [13 anos, a dois meses e meio de fazer os 14] 01/10/1852 - 1º Sargento do Regimento de Infantaria 7 [19 anos] Alferes graduado para o Ultramar 29/12/1856 - Promovido a 2º Tenente [23 anos] das Baterias de Artilharia de S. Tomé e Príncipe e ajudante-de-campo do Governador de S. Tomé, Capitão Manuel de Saldanha da Gama (Diário do Governo nº 9, de 10/01/1857) Seguiu no final de 1857 para São Tomé, onde chegou a 14/1/1858 [24 anos] a bordo da corveta "Goa", na companhia do novo governador, Francisco António Correia. 24/03/1862 - Nomeado ajudante-de-campo do Governador de São Tomé e Príncipe, José Pedro de Melo 21/11/1862 - 1º Tenente de Artilharia [29 anos] 10/10/1864 - Capitão [31 anos] e ajudante-de-campo do Governador Estanislau Xavier de Assunção e Almeida 23/04/1874 - Major comandante do Batalhão de Caçadores nº 2 [40 anos] 29/08/1878 - Tenente-coronel [45 anos] (Diário do Governo nº 198, de 04/09/1878) 02/07/1880 - Coronel [47 anos] 27/01/1881 - Reformado em general de brigada do Exército do Ultramar [47 anos] 02/04/1881 - Regressou definitivamente à Metrópole, depois de 23 anos e dois meses em S. Tomé e Príncipe
    • Carreira Política: Já depois de reformado, foi nomeado em 25/07/1881 para uma comissão para estudar a reforma financeira de São Tomé e Príncipe e da Guiné.
      Deputado do Partido Regenerador pelo círculo de São Tomé e Príncipe em 1884-1887. Esteve presente na sessão solene de abertura das Cortes em 15/12/1884 e fez parte da deputação que acompanhou o Rei D. Luís, a Rainha D. Maria Pia e o Infante D. Augusto a essa sessão.
      Foi Secretário do Centro de Beja do Partido Regenerador, fundado em 1887.
    • Condecorações: Cavaleiro da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (06/04/1868, Diário de Lisboa nº 198, de 03/09/1868) [34 anos] Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Aviz (21/04/1868, Diário de Lisboa nº 198, de 03/09/1868) [34 anos] Cavaleiro da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo Cavaleiro da Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (22/07/1870, Diário do Governo nº 241, de 25/10/1870) [37 anos] Comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo (26/04/1877, Diário do Governo nº 96, de 30/04/1877) [43 anos] Oficial da Legião de Honra de França (30/03/1880) [46 anos] Comendador da Ordem Militar de São Bento de Aviz (19/05/1881, Diário do Governo nº 113, de 21/05/1881) [48 anos] Medalha de prata do Valor Militar (23/06/1881, Diário do Governo nº 146, de 05/07/1881) [49 anos] Medalha de prata de Assiduidade de Serviço no Ultramar (06/09/1894, Diário do Governo nº 227, de 06/10/1894) [61 anos] Cruz de 1ª Classe do Mérito Naval de Espanha, com distintivo branco (dp. 1881?) Grã-Cruz do Mérito Naval de Espanha, com distintivo branco (dp. 1881) Comendador da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Grã-cruz da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (ambas a 17/05/1904, menos de um mês antes de morrer - Diário do Governo nº 110, de 19/05/1904) [71 anos]
      (Clique para ampliar) 30/05/1904 - Carta de Grã-cruz da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, concedida ao Visconde de Santa Margarida,
      General António Joaquim Gomes da Fonseca
      in Francisco Belard da Fonseca, "A Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa", Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1955 Pode ser visto um estudo mais aprofundado sobre as condecorações do General Fonseca neste site, em Outras Páginas - As condecorações do General António Joaquim Gomes da Fonseca
    • Títulos de Nobreza e Mercês: Do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, por Carta de 19/03/1891 (Diário do Governo nº 70, de 01/04/1891) 1º Visconde de Santa Margarida, por Diploma de 15/06/1893 (Diário do Governo nº 135, de 19/06/1893) e Carta de Mercê de D. Carlos de 06/07/1893
      (Clique para ampliar) 06-07-1893 - Carta de Mercê do Título de Visconde de Santa Margarida, concedido ao
      General António Joaquim Gomes da Fonseca
      Verbete sobre o 1º Visconde de Santa Margarida in "Nobreza de Portugal", Ed. Enciclopédia, Lisboa, 1960-1961, vol. III, pg. 296 Aditamento ao Verbete sobre o 1º Visconde de Santa Margarida in "Nobreza de Portugal", Ed. Enciclopédia, Lisboa, 1960-1961, vol. III, pg. 758
    • Dados Biográficos: Presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de São Tomé (1858 e 1866-1867) [24 e 33 anos] Governador interino da Ilha do Príncipe (17/1/1865 a 5/4/1866 e de 26/4 a 30/7/1867) [32 e 34 anos] Governador interino da Província (5/7 a 31/10/1867) [34 anos] Administrador do concelho de São Tomé (1/3/1867 a 2/3/1868) [33-34 anos] Governador da Ilha do Príncipe, por decreto de 23/8/1870 [37 anos] Exonerado por decreto de 17/9/1873 [40 anos] Novamente nomeado Governador da Ilha do Príncipe, por decreto de 30/5/1877 [43 anos] Exonerado a seu pedido por decreto de 27/01/1881 (Diário do Governo nº 22, de 29/01/1881) [47 anos]
      Presidente da Câmara Municipal de Beja (já era em Julho de 1885)
    • Nota: Quando o Governador António Joaquim Gomes da Fonseca se reformou e deixou o governo da ilha, em 1881, o seu nome — "General Fonseca" — foi dado como homenagem a uma praia e povoação (e creio que ainda um cais) da Ilha do Príncipe. Fica na costa Este, no Parque Natural Obô do Príncipe. No mapa da Ilha do Príncipe que decorava as acções da Sociedade de Agricultura Colonial é dado um relevo especial a esta praia. Mapa da Ilha do Príncipe nas Acções da Sociedade Agrícola Colonial, 1895. Realcei a localização da praia General Fonseca No mapa da Ilha do Príncipe publicado no início do livro de Francisco Mantero, "A mão d'obra em S. Thomé e Principe", encontra-se mais rigorosamente assinalada a localização de General Fonseca, em terrenos da Roça Infante D. Henrique. Pormenor do Mapa da Ilha do Príncipe in Francisco Mantero, "A mão d'obra em S. Thomé e Principe", Ed. Autor, 1910 Tenho também a informação de que foi dado pela Câmara Municipal do Príncipe (ou, pelo menos, houve o projecto de dar) o seu nome a uma ponte sobre o rio Papagaio, a "Ponte do Governador Fonseca", mas não sei se ainda se chamará assim. Este é o Rio Papagaio, na Ilha do Príncipe. Será esta a Ponte do Governador Fonseca?
    • Informações Diversas: 1877; Sócio nº 150 da Sociedade de Geografia de Lisboa
    • Informações Diversas: 20/11/1889; Tenho uma carta, que mostro aqui, enviada da Casa Civil de El-Rei D. Carlos para o General António Joaquim da Fonseca, agradecendo o presente de duas sacas de café enviadas a El-Rei. Esta carta está assinada muito provavelmente pelo Tenente-Coronel Manuel Augusto de Novais Sequeira, que esteve em 1855 com o General Fonseca no Regimento de Infantaria 7 (onde, aparentemente, se tornaram amigos a ponto de justificar o tratamento por "tu") e foi a partir de 1884 Ajudante-de-Campo de D. Carlos. A carta está datada de 20/11/1889, menos de um mês depois da morte de D. Luís, daí estar em papel de luto. Mostra que era habitual o General Fonseca enviar presentes de café para El-Rei (não D. Carlos, evidentemente, mas D. Luís) e mesmo depois de reformado continuava a receber café das roças de S. Tomé (provavelmente de Santa Margarida); e o envelope revela que viveu algum tempo na Quinta dos Marechais, propriedade do seu sogro.



    • Informações Diversas: 08/02/1894; Sócio da "Companhia da Ilha do Príncipe"
    • Informações Diversas: 18/05/1896; Sócio da "Sociedade de Agricultura Colonial"
    • Cartões de Visita: 1893-1903; Cartão de visita do 1º Visconde de Santa Margarida, acompanhando um presente para Bernardino Machado,
      que fora deputado, ministro, par do Reino e pertencia ao Partido Regenerador, o mesmo pelo qual o Visconde de
      Santa Margarida foi eleito também deputado (Bernardino Machado só aderiu ao Partido Republicano em 1903, e
      o Visconde morreu em 1904)
    • Informações Diversas: 1904; Na altura da sua morte, o seu filho João Lúcio publicou o seguinte poema num jornal de Beja que não consegui identificar (mas provavelmente será "A Folha de Beja"):
      Recorte de jornal de 1904
      Colecção Luís Belard da Fonseca

    Notas:

    Foi baptizado:
    Foi seu Padrinho António Joaquim de Sousa Tavares, amigo e cunhado de João Silvestre da Fonseca; tocou com a Procuração António Cortez Bermes de Lobão de Serpa
    Foi sua Madrinha D. Catalina Hermosa
    Celebrou o Baptismo o Cura D. José Marfil

    Estes dados constam de um apontamento manuscrito por seu pai, João Silvestre da Fonseca, que pode ser visto abaixo em "Documentos"

    A igreja deve ter sido a única igreja de Cabezas Rubias, a Igreja de Nuestra Señora de la Consolación (há também uma pequeníssima capela)

    Foi sepultado:

    Notícia do funeral do 1º Visconde de Santa Margarida - recorte de um jornal de Beja de 1904 (provavelmente "A Folha de Beja")
    Colecção Luís Belard da Fonseca



    Faleceu:
    A Rua General Morais Sarmento, em Beja, fica hoje entre o Jardim Público e o Jardim das Alcaçarias, o que pode induzir em erro; mas na altura da morte do General Fonseca o largo fronteiro à Igreja da Conceição (resultante da demolição de parte do antigo Convento da Conceição) tinha sido baptizado "Largo Morais Sarmento" e a antiga Rua da Torrinha passara a ser conhecida por Rua Morais Sarmento. O General morreu em sua casa, ainda hoje conhecida por "Casa da Torrinha", fronteira à Igreja de Santa Maria

    António casou com D. Margarida de Assis de Freitas Belard em 03/07/1864 em Igreja de Nossa Senhora da Graça, São Tomé. Margarida (filha de D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard) e D. Mariana Urbana de Senna Freitas) nasceu em 11/05/1845 em Ilha de São Tomé (Graça); faleceu em 13/01/1924 em Lisboa; foi sepultada em 01/1924 em Jazigo Castelo - Cemitério do Alto de São João, Lisboa. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]


  2. 5.  D. Margarida de Assis de Freitas BelardD. Margarida de Assis de Freitas Belard nasceu em 11/05/1845 em Ilha de São Tomé (Graça) (filha de D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard) e D. Mariana Urbana de Senna Freitas); faleceu em 13/01/1924 em Lisboa; foi sepultada em 01/1924 em Jazigo Castelo - Cemitério do Alto de São João, Lisboa.

    Notas:

    Nascimento:
    Pode ter nascido na Ilha do Príncipe. No Registo de Óbito indica-se como local de nascimento a Freguesia de Nossa Senhora da Graça, na Ilha de São Tomé; e a idade de 78 anos, pelo que, a estar correcta a idade, terá nascido em 1845

    Notas:

    Casamento:
    Foram Padrinhos os 2ºs Marqueses de Viana, D. João Manuel Marques [de Meneses] e D. Maria do Carmo da Cunha [Quintela], os quais passaram procurações para o efeito ao Governador de São Tomé, Estanislau Xavier da Assunção e Almeida, e a D. Gertrudes de Senna Freitas Varela, tia materna da noiva e mulher do Dr. Teodósio da Silva Bastos Varela, rico agricultor e proprietário de uma das melhores casas de São Tomé, e ainda Juiz de direito substituto em São Tomé. Tanto o Governador Almeida como D. Gertrudes viviam na altura em São Tomé
    O Dr. Jorge Forjaz indica como nome do padrinho D. João Manuel Berquó, o que é manifestamente um lapso, pois o apelido Berquó só entrou na família dos marqueses de Viana mais tarde

    Filhos:
    1. Mariana Belard da Fonseca nasceu cerca/de/1865 em São Tomé?.
    2. João Lúcio Belard da Fonseca nasceu em 29/12/1866 em São Tomé (Graça); foi baptizado em 23/04/1867 em Igreja de Nossa Senhora da Graça, São Tomé; faleceu em 18/10/1906 em Lisboa.
    3. Coronel António Belard da Fonseca nasceu em 18/01/1874 em Freguesia da Madalena, São Tomé; faleceu em 03/08/1956 em Chamusca, Santarém.
    4. Fernando Belard da Fonseca nasceu em 27/01/1876 em Ilha de São Tomé (Graça); faleceu em 05/12/1938 em Lisboa.
    5. 2. Tenente Francisco de Assis Belard da Fonseca nasceu em 25/02/1879 em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Ilha do Príncipe; foi baptizado em 14/09/1879 em Igreja Matriz do Rosário, Santo António, Ilha do Príncipe; faleceu em 12/03/1916 em Rua Fernão Lopes, nº 8, 2º andar esquerdo, Lisboa (São Sebastião da Pedreira); foi sepultado em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.

  3. 6.  Conselheiro Dr. Francisco Xavier de MenezesConselheiro Dr. Francisco Xavier de Menezes nasceu em 17/09/1845 em Beja; foi baptizado em 05/10/1845 em Igreja do Salvador (antiga Catedral), Beja; faleceu em 18/06/1903 em Beja (Santa Maria); foi sepultado em Jazigo Menezes - Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Habilitações Académicas: Coimbra; Licenciatura em Medicina pela Universidade de Coimbra
    • Profissão: Beja; Governador Civil do Distrito de Beja
    • Profissão: Beja; Médico
    • Profissão: Beja; Presidente da Comissão de Administração da Misericórdia de Beja
    • Profissão: Beja; Professor de Ciências Naturais no Liceu de Beja durante muitos anos; Secretário do mesmo Liceu
    • Nota: Existe em Beja, a sua cidade natal, uma rua com o seu nome, perto do Castelo:

    Notas:

    Faleceu:
    Morreu em sua casa na Rua das Ferrarias, 25 (hoje Rua Dr. Aresta Branco, 51), em Beja

    Francisco casou com D. Ana Isabel da Costa Franco em 17/05/1877 (Católico) em Igreja do Salvador (antiga Catedral), Beja. Ana nasceu em 1858 em Santa Clara do Louredo, Beja; foi baptizada em 07/04/1858 em Igreja Paroquial de Santa Clara do Louredo, Beja; faleceu em 11/01/1917 em Lisboa. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]


  4. 7.  D. Ana Isabel da Costa FrancoD. Ana Isabel da Costa Franco nasceu em 1858 em Santa Clara do Louredo, Beja; foi baptizada em 07/04/1858 em Igreja Paroquial de Santa Clara do Louredo, Beja; faleceu em 11/01/1917 em Lisboa.
    Filhos:
    1. 3. D. Mariana Palmira da Costa Menezes nasceu em 20/09/1880 em Beja; faleceu em 19/06/1955 em Beja; foi sepultada em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.


Geração: 4

  1. 8.  João Silvestre da FonsecaJoão Silvestre da Fonseca nasceu em 11/07/1801 em Pereira, Montemor-o-Velho; foi baptizado em 20/07/1801 em Igreja Paroquial de Santo Estêvão, Pereira, Montemor-o-Velho (filho de Bento José Ferreira e Maria Peregrina da Fonseca); faleceu em 15/06/1870 em Beja (Santa Maria); foi sepultado em Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Profissão: Tenente do Batalhão dos Voluntários Nacionais de Beja
    • Condecorações: Cavaleiro da Ordem de Cristo (07/1848) Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (05/12/1849) Medalha de D. Pedro e D. Maria das Campanhas da Liberdade (nº 1)
    • Dados Biográficos: Esteve exilado em Espanha (em Cabezas Rubias, Huelva) durante o reinado de D. Miguel, de onde regressou depois da Convenção de Évora Monte (26-05-1834)
    • Profissão: 1840, Beja; Tenente da 1ª Companhia do Batalhão Nacional Provisório de Beja
    • Profissão: 1843, Beja; Escrivão e tabelião da comarca de Beja, por carta de 16-08-1843 - A.N.T.T., Mercês de D. Maria II, L. 21, fl. 102v
    • Profissão: 1846, Beja; Tenente do Batalhão Nacional de Caçadores de Beja, nascido da reorganização do extinto Batalhão Nacional de Beja. Segundo a portaria que criou este Batalhão de Caçadores, "os oficiais seriam nomeados pelo Govêrno dentre as pessoas de maior probidade e abastança"
    • Morada: 1848, Beja; No Assento de Óbito de sua 2ª mulher, D. Juana Andalia, refere-se que nessa data moravam "na Praça" (de D. Manuel I, hoje Praça da República)
    • Morada: 1870, Beja; Quando faleceu morava na Rua de São Gregório, em Beja

    Notas:

    Conheço uma outra fotografia de João Silvestre da Fonseca, que pertenceu à Colecção Dr. Francisco de Assis de Menezes Belard da Fonseca (1905-1978) e hoje (2020) está na posse do Dr. António Garrido Belard da Fonseca (n. 1936). Não consegui uma cópia, mas tanto quanto me recordo de ter visto nessa fotografia João Silvestre da Fonseca era um indivíduo forte e maciço, com o rosto redondo e grandes suíças.
    A fotografia que tenho no site, pertencente a Manuel Belard da Fonseca Bessa, não está identificada, e não posso garantir que represente João Silvestre da Fonseca, mas estou convencido que sim. Só o confronto com a outra fotografia que referi acima poderá esclarecer as dúvidas.

    Foi baptizado:
    Embora durante mais de 150 anos se julgasse - e escrevesse - que João Silvestre da Fonseca tinha nascido na Freguesia de S. Cristóvão (depois Sé Velha, hoje Almedina) de Coimbra, por assim constar do Assento de Baptismo do seu filho João, a verdade é que nasceu em Pereira, Montemor-o-Velho, e foi aí baptizado na Igreja Paroquial de Santo Estêvão, como todos os outros filhos de Bento José Ferreira e Maria Peregrina da Fonseca, o que se comprova pelo Assento de Baptismo que localizei em 2023 e anexo a esta página

    João casou com D. Juana Andalia Gomez Harriero em 06/03/1832 (Católico) em Cabezas Rubias, Huelva, Espanha. Juana (filha de Jose Gomez e Catalina Harriero Macias) nasceu em 03/09/1813 em Cabezas Rubias, Huelva, Espanha; faleceu em 24/08/1848 em Beja; foi sepultada em Cemitério de Santa Clara, Beja. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]


  2. 9.  D. Juana Andalia Gomez HarrieroD. Juana Andalia Gomez Harriero nasceu em 03/09/1813 em Cabezas Rubias, Huelva, Espanha (filha de Jose Gomez e Catalina Harriero Macias); faleceu em 24/08/1848 em Beja; foi sepultada em Cemitério de Santa Clara, Beja.

    Notas:

    Faleceu:
    Faleceu quase dois meses depois do nascimento e 11 dias depois do baptizado da sua 8ª e última filha, Henriqueta, muito provavelmente ainda na sequência do parto

    Filhos:
    1. 4. General António Joaquim Gomes da Fonseca nasceu em 04/06/1833 em Cabezas Rubias, Huelva, Espanha; foi baptizado em 09/06/1833 em Igreja de Nuestra Señora de la Consolación, Cabezas Rubias, Huelva, Espanha; faleceu em 13/06/1904 em Casa da Torrinha, Rua Morais Sarmento, nº 9, Beja (Santa Maria); foi sepultado em 1904 em Jazigo dos Viscondes de Santa Margarida - Cemitério de Santa Clara, Beja.
    2. João Silvestre da Fonseca, Júnior nasceu em 24/01/1836 em Beja; foi baptizado em 27/01/1836 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu antes/de/1884.
    3. Francisco Pedro da Fonseca nasceu em 29/06/1838 em Beja; foi baptizado em 14/07/1838 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu em 27/12/1898 em Beja, na Rua dos Infantes, nº 6 (Santa Maria); foi sepultado em Beja, Cemitério Público.
    4. José Gomes da Fonseca nasceu em 04/01/1841 em Beja; foi baptizado em 14/02/1841 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu em 24/11/1908 em Rua do Touro, 21, Beja; foi sepultado em Cemitério de Santa Clara, Beja.
    5. Augusto César da Fonseca nasceu em 14/04/1843 em Beja; foi baptizado em 14/05/1843 em Igreja Paroquial de São João Baptista, Beja; faleceu em 25/11/1877 em Beja (São João Baptista).
    6. Mariano Gomes da Fonseca nasceu em 15/10/1845 em Beja; foi baptizado em 18/11/1845 em Beja, baptizado em casa; faleceu em 19/01/1846 em Beja; foi sepultado em Cemitério de Santa Clara, Beja.
    7. Manuel Gomes da Fonseca nasceu cerca/de/1847 em Beja; faleceu em 10/03/1847 em Beja (São João Baptista); foi sepultado em Cemitério de Santa Clara, Beja.
    8. D. Henriqueta Andália Gomes da Fonseca nasceu em 02/07/1848 em Beja; foi baptizada em 13/08/1848 em Beja (São João Baptista).

  3. 10.  D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard)D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard) nasceu em 1823 em Catedral Velha, Cádiz, Espanha (filho de D. Francisco Servando Velarde y Barcia e D. Margarita Romero); faleceu em 19/03/1892 em Quinta dos Marechais, Lisboa (Benfica); foi sepultado em 23/03/1897 em Jazigo Belard, nº 3865 - Cemitério dos Prazeres, Lisboa (Estrela), Portugal.

    Outros Eventos e Atributos:

    • Dados Biográficos: D. Francisco de Assis Velarde y Romero foi muito novo para S. Tomé e Príncipe (por volta de 1841-43?), segundo tradição familiar por razões políticas, provavelmente no quadro da guerra Carlista que agitou a Espanha no segundo quartel do século XIX e da repressão durante as regências que se lhe seguiram [1]. Desde essa altura, e possivelmente pelas mesmas razões, passou a assinar "Belard" em vez de "Velarde", embora esta questão permaneça em aberto (v. neste site A origem do apelido Belard). Ainda segundo a tradição familiar, D. Francisco terá ido de Cádiz primeiro para Cabo Verde, provavelmente via Lisboa. Para mim, o destino lógico para um espanhol que pretendia emigrar seria, na época, a América Latina, pelo que suponho que fosse esse o destino dele quando deixou Cádiz, e uma paragem em Cabo Verde não me parece logisticamente improvável; e como a sua primeira mulher, D. Mariana de Senna Freitas, era natural precisamente da Ilha Brava, em Cabo Verde, admito que se tenham conhecido aí. Parece-me mais lógico, também, que se tenham casado em Cabo Verde e não na Ilha do Príncipe, para onde devem ter ido já casados, mas faltam-me provas documentais para o confirmar. Em S. Tomé começou uma fulgurante carreira comercial e agrícola, primeiro como agente da Companhia União Mercantil (de João Maria de Sousa e Almeida, barão de Água Izé), proprietária do primeiro navio a vapor que aportou a São Tomé, o "D. Estefânia", agência de que saiu em 1860 [2], por a Companhia ter sido vendida a José Maria de Freitas, dedicando-se depois ao comércio por grosso de secos e molhados, com diversas lojas na cidade (Rua General Calheiros, Rua de Goês e Rua de Soares), na Trindade (Cima Cola) e em Santana. A partir de 1855 lançou os fundamentos da grande roça Santa Margarida, constituída por 4 dependências - Santa Margarida, Pedra Maria e S. José, na Madalena, e Maianço, em Santo Amaro, com uma área total cultivada de 810 hectares (v. neste site São Tomé e Príncipe e a Roça Santa Margarida). É considerado um dos quatro introdutores da moderna (à época) agricultura em S. Tomé e Príncipe, juntamente com João Maria de Sousa e Almeida (o já referido e famoso barão de Água-Izé), Manuel José da Costa Pedreira e José Maria de Freitas. No livro "Cocoa and chocolate, 1765-1914", de W. G. Clarence-Smith, 2000, o nome de D. Francisco Velarde é mesmo o único a que é dado destaque neste período, nos termos que transcrevo:

      "Most traders on São Tomé island in 1872 had Portuguese names, and appear to have been mainly immigrants from Portugal, together with some 'sons of the land'. However, one of the foremost merchant-planters was a Spaniard, Francisco de Asis Belard (Velarde), who later drew the Spanish Mantero family to the colony."

      De facto, em 1869 D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard) chamou para junto de si, com o objectivo de o ajudar nos negócios, o sobrinho D. Francisco de Assis Diego José Maria del Rosário Mantero y Velarde (1853-1928), então com 16 anos, filho de sua irmã D. Joaquina Maria Josefa Ignacia de la Santisima Trinidad Velarde y Romero. D. Francisco Mantero começou por se dedicar ao comércio, mas rapidamente se associou ao tio na exploração da roça Santa Margarida, o que foi o início de uma próspera carreira. Mais tarde, D. Francisco Mantero veio mesmo a casar com a sua prima D. Maria Amélia Muller Belard (1870-1952), filha do 2º casamento do seu tio D. Francisco da Assis Belard, que assim se tornou seu sogro para além de seu tio. D. Francisco de Assis Belard foi vice-cônsul de Espanha em São Tomé, membro da direcção da Sociedade Recreativa Perseverança, fundada em 1862, e grande benemérito da província. Foi naturalizado cidadão português, por Despacho de 10/03/1892 (Diário do Governo nº 57, de 12/03/1892), uma semana antes da sua morte. A respectiva Carta só foi passada a 30/3/1892, quando já tinha falecido. Morou em Lisboa na Travessa do Pombal [3], nº 51, e na Quinta dos Marechais, ao Alto da Boa Vista, em Benfica, quinta que comprou e onde faleceu. Há um pequeno verbete sobre ele na "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", que se reproduz aqui:
      Verbete sobre D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard) (1823-1892) na GEPB, c. 1940 "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", vol. 4, pg. 459 (c. 1940) Duarte Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade repetem e desenvolvem um pouco esta referência:
      "As Roças de São Tomé e Príncipe", Lisboa, Tinta-da-China, 2013, pg. 27 ____________________ [1] Uma dezena de anos antes tinha sucedido o mesmo ao pai do General António Joaquim Gomes da Fonseca, João Silvestre da Fonseca: combatente liberal, a subida ao trono português de D. Miguel em 1828 levou-o a exilar-se entre 1832 e 1834 em Espanha, mais concretamente em Cabezas Rubias, perto de Huelva, onde nasceu precisamente o seu filho António, que viria a ser genro de D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard). Sendo o General Fonseca de uma família liberal, suponho que o sogro também o fosse; na época, estas opções políticas opunham violentamente as pessoas, e não acredito que D. Francisco de Assis Belard tivesse dado a filha em casamento ao então Tenente Fonseca se não estivesse em sintonia política com este. [2] Ainda em Novembro de 1858 era agente da Companhia União Mercantil. V. Jorge Forjaz, "Genealogias de São Tomé e Príncipe - Subsídios", pg. 381, nota 8 [3] A Travessa do Pombal tinha este nome por aí ter morado o Marquês de Pombal, segundo documentos de 1785 e 1804. Em 1880, a Câmara Municipal de Lisboa, sendo seu Presidente Rosa Araújo, decidiu homenagear o Marquês de Pombal (o ...) pela criação, em 1768, da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, pelo que o Edital municipal de 29/12/1880 renomeou a Travessa do Pombal em Rua da Imprensa Nacional, nome que mantém até hoje.
    • Nota: Refira-se que, no nome de D. Francisco de Assis Velarde y Romero, "Romero" era o apelido da mãe, que os espanhóis usam ainda hoje em último lugar, embora aos filhos transmitam, como nós, o apelido paterno. O pai dele, por exemplo, era "Velarde y Barcia". Daí que, aos filhos, D. Francisco não transmitiu o apelido Romero, mas Velarde, já na forma que usava desde que foi para São Tomé - "Belard".
    • Condecorações: 18/12/1867; Cavaleiro da Ordem de Cristo (Diário de Lisboa nº 129, de 08/06/1868)

    Notas:

    Faleceu:
    Nesta Quinta dos Marechais, que pertenceu a D. Francisco de Assis Velarde y Romero (Belard), viveu e morreu mais tarde, em 1923, a mãe de Fernando Pessoa...

    Francisco casou com D. Mariana Urbana de Senna Freitas cerca/de/1845 (Católico) em Ilha do Príncipe. Mariana (filha de João Jacinto de Freitas e D. Libânia de Senna) nasceu em 03/06/1828 em São João Baptista (hoje Nova Sintra), Ilha Brava, Cabo Verde; foi baptizada em 21/09/1828 em Igreja de São João Baptista, São João Baptista (hoje Nova Sintra), Ilha Brava, Cabo Verde; faleceu antes/de/1865 em São Tomé. [Ficha familiar] [Diagrama familiar]


  4. 11.  D. Mariana Urbana de Senna FreitasD. Mariana Urbana de Senna Freitas nasceu em 03/06/1828 em São João Baptista (hoje Nova Sintra), Ilha Brava, Cabo Verde; foi baptizada em 21/09/1828 em Igreja de São João Baptista, São João Baptista (hoje Nova Sintra), Ilha Brava, Cabo Verde (filha de João Jacinto de Freitas e D. Libânia de Senna); faleceu antes/de/1865 em São Tomé.

    Notas:

    Foi baptizado:
    Na transcrição de 1956 do Assento de Baptismo, a "palavra que não se pode ler" deve ser simplesmente "Ecónomo" (O Vigário Ecónomo). Também poderia ser "Encomendado", mas vendo vários registos não me parece

    Notas:

    Casamento:
    Tenho dúvidas se o casamento de D. Francisco de Assis Velarde y Romero com D. Mariana Urbana de Senna Freitas não se terá celebrado na Ilha Brava, em Cabo Verde, tendo eles ido para São Tomé e Príncipe já casados.
    Outra hipótese seria ela ter ido para a Ilha do Príncipe com a irmã D. Gertrudes, após o casamento desta com o Dr. Teodósio da Silva Bastos Varela.
    Contudo, não encontrei nada nos Assentos de Casamento da Ilha Brava, no período correspondente, nem em relação ao casamento dela nem ao da irmã D. Gertrudes.
    Será necessário fazer a pesquisa nos Registos Paroquiais de São Tomé e Príncipe, mas segundo o livro do Dr. Jorge Forjaz não existem em São Tomé os livros paroquiais mais antigos (os existentes começam por volta de 1850). Supostamente, em 1911 o governo da República terá ordenado o envio de todos os registos paroquiais antigos para Lisboa. Estarão em Lisboa (eventualmente na Torre do Tombo ou no Arquivo Histórico Ultramarino) ou terão desaparecido?

    Filhos:
    1. 5. D. Margarida de Assis de Freitas Belard nasceu em 11/05/1845 em Ilha de São Tomé (Graça); faleceu em 13/01/1924 em Lisboa; foi sepultada em 01/1924 em Jazigo Castelo - Cemitério do Alto de São João, Lisboa.
    2. D. Francisco de Assis Belard Júnior nasceu em 06/02/1850 em Freguesia da Conceição, São Tomé; foi baptizado em 20/12/1851; faleceu em 22/09/1892 em Lisboa (Santa Isabel); foi sepultado em 23/03/1897 em Jazigo Belard, nº 3865 - Cemitério dos Prazeres, Lisboa (Estrela), Portugal.




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